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20 de junho de 2012

Europeus: dominando o mundo através das pickups – Parte 1: introdução


A Música Eletrônica é um sucesso absoluto no mundo. (Foto: KaZantip/Divulgação)

Boa noite, pessoas! Finalmente o post da quarta saiu. E com ele vai se abrir uma nova tag ali no topo da nossa página chamada "Especiais". Essa tag trará posts sobre diversos assuntos que de tão amplos não conseguem ser debatidos em apenas uma publicação. O de hoje é assim. Falará sobre um apanhado geral da Música Eletrônica, que foi o modo encontrado pelos europeus para aparecer no cenário musical mundial. Serão cinco posts falando sobre tudo isso. Vamos conferir o primeiro?


Certa vez eu estava em um ponto de ônibus qualquer esperando um coletivo para ir a algum lugar que minha memória falha não me deixa citar. Às vezes quando eu ando pelas ruas recebo olhares, sorrisos e raramente algumas pessoas vem falar comigo. Não que eu seja um popstar ou algo assim. Longe disso. Mas tem certas pessoas que tem uma sede irreparável de expor as suas opiniões. O post de hoje começa assim. É quase uma marca registrada minha – e de várias pessoas, suponho – esperar os seus ônibus escutando música. É uma forma divertida e prazerosa de passar o tempo. Assim como eu falei sobre a minha eclética playlist.

Voltando ao ônibus... Ao entrar, dei bom dia ao cobrador e me sentei ao lado de um senhor. Gosto de dar atenção aos idosos, pois as opções da vida deles se resumem às atividades sociais e aos diálogos com desconhecidos. É quase uma necessidade natural deles. Eu estava escutando Daft Punk, um duo francês especialista em House Music, uma variante da musica eletrônica. Ironia do destino? Não sei. Mas a história que segue faz ainda mais sentido por causa deste pequeno detalhe. Ele viu os meus fones e disse que na época dele tinha muita música boa. Foi falando do cenário nacional. De nomes como Noel Rosa e Carmen Miranda (uma época anterior a dele), Luiz Gonzaga, um dos maiores expoentes da “nordestinidade” e do engatinhar da Bossa Nova. Como eu gosto deste tema, deixei que o senhor falasse tudo que podia e sabia sobre. Certamente era uma vida musical nacional bem movimentada e muito mais eclética que a minha playlist. Ele tinha uma oratória de dar inveja a muitos palestrantes motivacionais. Parecia saber do que estava falando. E realmente sabia de tudo que houve de melhor na sua época em matéria tupiniquim. Mas internacionalmente a música fervia.

Nesse mesmo tempo, o Jazz, o Rhythm and Blues e a Country Music se desenvolviam e encantavam multidões. A mistura dos dois últimos gêneros deu origem a uma febre mundial de 50 graus em plenos anos 50. Ela perdura até os dias de hoje, ainda que com variantes para resistir aos duros golpes do tempo: esse tal de Rock n’ Roll tão marcante nas cadeiras requebrantes e voz potente de Elvis Presley.

O palco destes artistas tinha nome completo: Estados Unidos da América. Dos quatro cantos da terra do Tio Sam se ouvia música popular de boa qualidade e pra todos os gostos. Mesmo com o cenário aterrador de duas Guerras Mundiais e uma crise econômica daquelas. E os EUA também venciam a “Batalha Musical” (isso pareceu jogo do Qual É a Música, eu sei... hehehe). As guerras se mostravam fatores determinantes na influência cultural do mundo e afirmavam os Estados Unidos como superpotência até na questão da musicalidade.

Enquanto isso a Europa ainda vivia dos grandes compositores da Música Erudita, muito embora a maioria deles já estivesse debaixo da terra. Com uma chuva de bombas e batalhas acontecendo quase que sem parar durante as Guerras, a produção musical europeia não avançou muito naquele período. Com o fim da Segunda Guerra em 1945, os europeus se lançaram à mais completa reconstrução. Não só em seus prédios, fábricas, população e orgulho geral, mas também em matéria de música. O Rock n’ Roll foi adotado pelo Reino Unido assim como o futebol inglês foi adotado pelo Brasil. Os britânicos poliram e modelaram o estilo lançando três das melhores e mais influentes bandas de todos os tempos num curto espaço de tempo nos anos 60: Rolling Stones (com influências do R&B), The Beatles (com influências do Folk) e Black Sabbath. Era o início dos subgêneros do Rock. Começavam a engrenar as primeiras variantes do ritmo americano. E dali começaram a invadir o cenário americano com força. Foi a “Primeira Invasão Britânica nos Estados Unidos”.

Entretanto, 20 anos antes, alemães e franceses, antes inimigos mortais nas Guerras Mundiais passavam agora a se dedicar em produzir e disseminar um tipo de música baseado na edição e manipulação de faixas instrumentais e sons aleatórios previamente gravados. De um lado a Musique Concrète (difundida pela Radiodiffusion Télevision Française, em Paris). Do outro lado da fronteira a Elektronische Musik (difundida pela Westdeutcher Rundfunk, em Colônia) se desenvolvia quase que em paralelo. Eram os primórdios da atual Música Eletrônica. Esses trechos eram essencialmente voltados para a Música Erudita, escola musical marcante do continente. Depois de alguns anos o gênero foi adotado pela música popular e até hoje lança grandes hits e músicos.

Continua...


Musiquem-se!

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