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7 de agosto de 2012

Simplesmente Alceu



40 anos de carreira, mas com a mesma empolgação de sempre.

Pessoas bonitas! Nesse último final de semana eu tive várias opções para agitar a minha semana pós-aniversário. Fiz várias atividades musicais ao longo da semana, mas acabei por escolher a mais interessante para contar a vocês. Fui à 30ª edição de um evento promovido por uma grande rede de supermercados. Uma iniciativa que promove o encontro da grande marca com seus funcionários e clientes. Anualmente bons nomes da música brasileira são convidados para cantar nos shows ali realizados. Artistas como Victor e Leo, Fábio Jr, e Daniel foram os nomes das últimas edições do evento, que também conta com palestras e outras atividades. Neste ano os convidados da vez foram filhos da terra. Dois dos maiores artistas pernambucanos ainda vivos: Alceu Valença e Reginaldo Rossi.


Mas nesse post vou me ater apenas a Alceu, que desde os primeiros passos do Curta Música eu queria achar uma brecha pra falar dele, mas não conseguia. Não que o show de Reginaldo tenha sido ruim. Ele conseguiu levantar o público presente com sua irreverência e sucessos, ainda que com as incontáveis falhas técnicas ao longo do espetáculo do Rei, realizado no último domingo (05). Voltamos a Alceu... No ano em que comemora 40 anos de carreira, o cantor homenageia Luiz Gonzaga, que celebraria seu centenário caso vivo fosse. Somando o fato dos meus 20 anos e a edição de número 30 do encontro, o show virou um prato cheio para os supersticiosos. Alguns dizem que “muitos números ditos ‘redondos’ em um mesmo evento trazem bons fluidos”. E realmente o show do último sábado (04) faz jus a esta afirmação.

Músicas popularíssimas como “Táxi Lunar”, “Anunciação”, “Solidão”, “La Belle De Jour”, “Coração Bobo”, “Como Dois Animais” e “Girassol” fizeram parte do repertório do show. As faixas que homenagearam Gonzagão também estiveram presentes em músicas como “Xote das Meninas” e “Cintura Fina”. Tentei me manter indiferente ao que era tocado para dar mais vazão ao meu senso crítico e trazer pra vocês a melhor opinião possível. Mas a melhor lição que eu tirei do show foi que com Alceu Valença no palco não há indiferença que resista ao seu ritmo contagiante. O som do artista e de sua banda revigorou até as senhoras de idade que estavam na frente do palco. Aliás...

A banda de Alceu merece destaque. Mais precisamente o guitarrista Paulo Rafael e a polivalente, talentosa, graciosa e paraibana Lucy Alves. Tive que presenciar um show em escala bem reduzida se for comparar com as rotineiras apresentações de Alceu no Marco Zero para perceber o tamanho do potencial dessa garota. Um belo achado que, se eu não estivesse presente neste show, certamente esta grata surpresa demoraria a acontecer. Mais uma linha para a lista de considerações positivas da apresentação. Destaque também para o trio dos metais que entrou para tocar o mais puro Frevo, o percussionista, o baterista, o baixista e o tecladista, que souberam entreter a plateia durante os curtíssimos momentos em que Alceu deixou o palco. Não me recordo de qualquer falha. No entanto ainda que elas tivessem acontecido a simpatia de um cantor que já é sinônimo de “música boa” em Pernambuco – e em todo o Brasil – há vários anos varreria um eventual pequeno deslize para debaixo do tapete. Mas o que se viu foi uma ótima apresentação.

Saí do show inspirado, animado, e, acima de tudo, aliviado. Inspirado, pois ver um dos meus primeiros contatos com a música a menos de três metros de distância foi excepcional. Animado, pois adorei a ideia de cobrir shows, sobretudo os de artistas locais. Certamente abrirei mais espaço para as novas caras e para os tradicionais artistas da terra. E aliviado, pois sei que posso contar com uma figura forte para me livrar da descrença em relação ao cenário musical local. Em meio a um mar de novidades incrivelmente decepcionantes, eis que Alceu e a velha guarda da música pernambucana nos salva da “inércia cultural”.

Enquanto o promissor e excelente underground pernambucano não conseguir sair das rodinhas e bares das faculdades e tomar o lugar que lhe é de direito na atenção do povo (Que neste exato momento é ocupado por “bregas” das novinhas e afins. Mas isso é assunto pra outro post), que recorramos ao tradicional e nunca fora de moda Alceu. Que a música de qualidade vigore sempre! Seremos eternamente gratos pelo seu trabalho.

Musiquem-se!

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